“A Terra Mágica” é um filme de 2005 que conta com a realização de Joshua Michael Stern e com um elenco de aclamadas e reconhecidas caras do cinema, entre as quais as de Aaron Eckhart, Ian McKellen, William Hurt, Nick Nolte e de Brittany Murphy.
Conta-se a história de um contador de histórias que sofre de uma perturbação psiquiátrica (Perturbação Bipolar) que o conduz ao suicídio. Para trás deixa o seu filho – que ama acima de qualquer medida – e um conto infantil sobre uma terra mágica que “nunca existiu” dedicada a este. Zachary Riley (Aaron Eckhart) é o filho abandonado e carregado de culpa pela morte do pai e protagoniza directa e indirectamente esta história, quer apadrinhando com o seu próprio nome a personagem principal do conto, quer vendo-se obrigado a dar continuidade a uma história real da qual deseja, simultânea e contraditoriamente, fugir e desvendar. Ingressando na equipa médica do hospital onde o seu pai esteve internado, Zachary conhece um paciente cuja “disfuncionalidade” (o que quer que signifique) lhe é familiar e o obriga a (re)viver o seu passado e a questionar o valor da racionalidade e da lógica em favor da força dos afectos (que me perdoem o lugar comum).
Não sei ao certo se escrevo pela qualidade do filme, se o faço pela minha necessidade de alimentar a esperança na existência de uma terra mágica… Efectivamente, não me sinto sequer capaz de avaliá-lo fria ou tecnicamente (quem sou eu?), o certo é que a sua simplicidade ou linearidade me fez sentir algo de muito complexo e pesado: medos (da injustiça da minha felicidade e da minha infelicidade), saudades de quem tinha ao meu lado, uma alegria ingénua, esperança apesar de rodeada de incerteza, ignorância e vazio. Convidou-me a cair da ratoeira que preconiza e a provar do sofrimento e do êxtase da “loucura” – quase senti como era duro e triste amar tão profunda e infinitamente alguém – e a acreditar na fantasia dos contos e das fadas. E é isto que a felicidade (em comum com a doença), parece (nesta perspectiva) ter de perigoso – o facto de oscilar entre pólos muito distintos, sempre testando até que ponto somos capazes de lidar com os extremos e nos conformamos com o que “deve ser”.
Ao contrário do que qualquer um de nós acreditaria a Terra Mágica existiu para alguém. Mesmo violando os limites do aceitável e da crítica que tão portentosamente ostentamos enquanto “normais”, mal ou bem, certo ou errado, possível ou impossivelmente, na Terra Mágica havia paz, havia cor, havia fadas, havia um rei… provando-nos que é possível transformar os significados e as intenções como quem transforma bombas mortíferas em água doce!
…
5 Comments:
Olá a todos!
Deixo neste post, em certa medida, diferente dos anteriores: um pedido de desculpa pela ausência prolongada - a quantidade de trabalho não tem permitido o investimento neste espaço da forma que eu gostaria - e uma mensagem de esperança (quer no sentido de que as publicações possam ser mais frequentes, quer em tantos outros que queiram aqui encontrar).
Não encontrarão, por certo, a qualidade de artigos anteriores... mas espero que gostem e que suscite a vossa curiosidade.
Um abraço
By Unknown, at 11:34 da tarde
Oi! Que legal que reapareceram!
Não esse filme... mas fiquei com a curiosidade!
Não desapareçam de novo! :)
By Anónimo, at 2:52 da tarde
pelos vistos não são só voces que voltam :P
também vi o filme... vi-o contigo... e sabes que gostei, sabes que, à minha maneira, também vivo num mundo mágico, que tento e acredito em fadas e que o não acreditar é que me poderia levar à loucura! deu que pensar... fiquei como que uma balana indecisa e mal calibrada, não sabia para onde tender, e não fui capaz de formar uma opinião sólida acerca do filme, do que senti exactamente, e do que significou para mim...
fiquei a saber que quero continuar a acreditar, e ser "louca" por isso :)
beijo* e parabéns
*fairy*
By Anónimo, at 7:34 da tarde
Olá a ambas!
Obrigada, Mônica, pelo teu apoio sempre presente e pela força que nos transmites! É bom saber que alguém lê e aprecia o que por aqui vamos fazendo...
Quanto a ti, *Fairy*, sabes que gosto(amos) muito de te ter por cá... é sempre bom poder contar com a opinião de quem-acha-que-não-sabe-nada-mas-sente-tudo!
Eu gostei muito do filme... acho que é pela mensagem de equilíbrio que transmite no meio de tanto desiquilíbrio... e porque me faz sentir alguma coisa! e isso já é "meio caminho andado" para me fazer gostar de um filme...
Um abraço para as duas
By Unknown, at 7:46 da tarde
... apesar de tudo, preferia que hiuvesse um presidente na Terra Mágica... pelo simples motivo de ser republicano. Mas dou-te razão: a Terra Mágica existe. Se assim não fosse, onde estariam os nossos ideais ou o sonho que nos comanda a vida...
Bem-vinda!!
By Alberto Oliveira, at 12:39 da manhã
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