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Cinéfilos Anónimos: Antevisão - 79ª Edição dos Óscares - Parte III

Cinéfilos Anónimos

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Antevisão - 79ª Edição dos Óscares - Parte III

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Melhor Argumento Adaptado

Nossa Escolha: "The Departed"

Escolha Mais Provável: "The Departed"

Embora a expectativa, nesta categoria, esteja voltada para a nomeação do filme de Borat – o da sempre cansativa menção Borat Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan” -, não é crível, porém, um possível sucesso deste filme nesta categoria. Desta forma - e contrariamente ao que se deverá passar no que concerne ao Melhor Argumento Original -, “The Departed” é tido quase como assegurado vencedor nesta categoria.


Melhor Argumento Original

Nossa Escolha: "Letters of Iwo Jima"

Escolha Provável: "Babel"

Não são raras as vezes em que as categorias referentes ao Melhor Argumento – quer original quer adaptado – se imiscuem dos mesmos factores válidos para a análise da categoria Melhor Filme, mas não, porém, da mesma polémica e relevância dos média – por essa mesma razão, porque também não é invulgar que esta seja utilizada como um modo de equilibrar as contagens e premiar filmes menos unânimes mas de igualmente notória qualidade, pensamos que a vitória nesta categoria deverá depender, em muito, dos resultados finais da segunda citada. Com efeito, é incontestável a fortíssima concorrência imposta pela presença de “Letters of Iwo Jima”, “Babel”, “The Queen” e “Little Miss Sunshine”, em detrimento do menos brilhante “El Labeirinto del Fauno” – afirmando, assim, uma maior probabilidade de vitória de “Babel” e “Little Miss Sunshine”, como aliás, o confirmam as votações dos cibernautas em que são estes os dois títulos que parecem reunir maior unanimidade.


Melhor Realizador

Nossa Escolha: Clint Eastwood (“Letters of Iwo Jima”)

Escolha mais Provável: Martin Scorcese (“The Departed”)

Não obstante da reconhecida qualidade de qualquer uma das obras a concorrer nesta mesma categoria – particularmente no que concerne a “Babel”, que, provavelmente, a nosso ver e numa perspectiva de antevisão algo divinatória, será aquele a quem a imprensa não se coibirá de apelidar, imediatamente, de “Perdedor da Noite”, a adivinhar pelas possibilidades das suas nomeações se converterem em prémios factuais -, a grande disputa, essa, parece ter apenas dois rostos em confronto: os consagrados e tão diferentes Clint Eastwood e Martin Scorcese. Com efeito, ambos parecem ter inúmeras variantes e de variadas origens que parecem jogar a seu favor: se, por um lado, Clint Eastwood teve um ano em grande - com duas obras que, além da sua inegável qualidade, abarcam a originalidade da exposição de dois pontos de vista, explorando eximiamente a fragmentação de um acontecimento uno numa perspectiva de encerrar, numa mão, universalidade e versatilidade, e, noutra mão, a intersecção dessas mesmas visões de modo a provocar o debate de ideias e o deslumbramento visual -, por outro lado, a pressão crescente que tem vindo a ser exercida para a consumação do mérito, e consequente tradução do mesmo num galardão, de Martin Scorcese – que se estende desde o público em geral a conhecidas e influentes figuras da indústria, entre as quais Leonardo DiCaprio e o próprio Clint Eastwood -, parece revestir-se de igual relevância para esta avaliação – ou não estivesse, já, confirmado o facto de que a Academia parece não se coadunar com a responsabilidade e determinação nas decisões social e publicamente mais mediáticas, surgindo uma possível e final coroação do segundo um escape fácil a toda a polémica que se tem vindo a gerar nos últimos anos, calando as vozes descrentes e os lobbys, reconquistando os saudosistas e domando os fundamentalistas.

Porém, outros factores podem vir a tomar especial relevo, referentes, essencialmente, ao facto de que há coisas que dificilmente mudarão: se é um facto que Martin Scorcese é o símbolo máximo dos “ódios de estimação” da Academia – pelo não reconhecimento de obras passadas que, mesmo sendo claramente superiores a este “The Departed”, serão, muito provavelmente, subjugados por este com uma muito possível entrega deste galardão ao mesmo -, também o será que Clint Eastwood é, actualmente, uma das chamadas “vacas sagradas” da mesma – embora esta subordinação ao valor deste seja algo de muito merecido pelo seu talento que parece sublimar-se com o tempo, numa reminiscência das suas obras mais próximas como “Million Dollar Baby” ou “Mystic River”.

Mais uma vez – e passo a expressão -: a ver vamos.

Melhor Filme do Ano:

Nossa Escolha: "Letters of Iwo Jima", de Clint Eastwood

Escolha mais provável: "Letters of Iwo Jima", de Clint Eastwood

É, se calhar, a categoria em que as certezas são menores, a concorrência mais forte e as variáveis mais infindas, já que cada um dos títulos nomeados têm – além de inegável qualidade – inúmeros factores que lhes são favoráveis, sendo o contrário também, em alguns casos, verdadeiro.

Com efeito, começamos por excluir as obras cujas possibilidades de vitória nos parecem menores – embora ainda significativas -, como The Queen e The Departed – por se tratarem, respectivamente, do filme com menos relevância daqueles que se propõe à análise de factos históricos e/ou problemas sociais prementes e baseados nas vicissitudes da actualidade e da obra que menos carácter educacional parece propor. Além disso, o segundo citado – apesar da pressão pública e dos lobbys que se criaram, entretanto, em sua defesa, reunindo, actualmente, uma maior unanimidade mediática no que concerne à vitória – não nos parece abarcar mais do que o puro entretenimento de um filme maioritariamente de acção – e, a ser consumada a exaltação do realizador e outros possíveis sucessos em categorias técnicas, pelo aspecto formal do filme, nada mais nos parece merecer ser coroado para além dos mesmos. Little Miss Sunshine é outro caso de sucesso das massas e de um filme muito bem conseguido, mas cuja nomeação nos apresenta como uma menção honrosa e não como uma das mais exequíveis probabilidades – com um elenco muito forte, bem conhecido do grande público, um tom leve, mas profundo, sendo que um possível sucesso nesta categoria apresentar-se-ia, não como a mais ínfima ofensa, mas como uma algo inusitada surpresa.

Sobram-nos, assim, “Babel” e “Cartas of Iwo Jima”, ambos consagrados nos Globos de Ouro, respectivamente, para Melhor Filme na categoria de Drama e Melhor Filme Estrangeiro (por ser falado, quase inteiramente, num dialecto que não o inglês) – a escolha do segundo enquanto mais provável que o primeiro, prende-se, assim, com dois factores que têm pouco que ver com a qualidade de qualquer uma das obras: a vitória, na edição anterior, de um filme com estrutura semelhante (em teoria) a “Babel”, “Crash”, em que o tema proposto se intersecta, igualmente, em alguns pontos, nomeadamente na divergência dos modos de percepcionar o mundo, motivados pelas diferenças culturais – com a diferença de que segunda obra citada abrange uma análise das relações inter-raciais na América e a primeira uma confrontação entre o Ocidente e o Oriente; uma possível escolha de Martin Scorcese para melhor realizador, em detrimento de Clint Eastwood, surgindo uma possível vitória de “Letters of Iwo Jima” como um esforço pelo equilíbrio e um contra-balançar dos reforços positivos – já que, como referido, este realizador é, quase sempre, tido em muito boa conta pelos votantes da Academia.

De reiterar, porém, o carácter de incertezas de que se reveste esta análise, motivada, não só pela apertada competição imposta pela qualidade incontestável dos filmes a concurso, mas pela presença de muitos factores que podem influenciar a decisão – que, aliás, acabam, muitas vezes, por ser os protagonistas da noite dos Óscares, e não propriamente os filmes que a promovem.

1 Comments:

  • Ai, cara!

    essas escolhas são sempre difíceis! Nem consigo arriscar preferências... depois vejo no noticiário! :)

    Abraço

    By Anonymous Anónimo, at 12:31 da tarde  

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