Óscares 2007 - Vencedores
Passadas, já, algumas horas da revelação dos vencedores deste ano da 79ª Edição dos Óscares da Academia, é tempo, agora, de balanços – e a verdade, essa, é que não será justo afirmar-se que será um processo cheio de surpresas, como o não foi a cerimónia deste ano propriamente dita. Vejam, aliás, por vós mesmos, seguindo o link do site oficial da Academia, onde poderão ver os vencedores, bem como, igualmente, as entrevistas dos mesmos e, ainda, fotografias de todos quantos marcaram presença no Kodak Theatre na passada noite.
À semelhança da edição anterior, mais uma vez, a Academia acabou por repartir os galardões pelos principais nomeados, sem, portanto, e mais uma vez, comprometer-se em quaisquer manifestos de qualquer ordem – não havendo, igualmente, grandes surpresas perante aquilo que era, já, esperado em relação aos eventos que antecederam os prémios máximos da indústria cinematográfica, exceptuando, porém, alguns apontamentos de justeza algo duvidosa.
Para justificar estas asserções, basta que se proceda às sempre habituais contagens – e respectivo processo de rotulamento dos filmes com base exclusivamente a números de estatuetas, que tem, a maioria das vezes, tanto de injusto como de publicamente integrado -, sendo imediata a assunção de que Martin Scorcese e o seu “The Departed” foram, de facto, os grandes vencedores na amena noite – juntando-se aos Óscares de Melhor Montagem e Melhor Argumento Adaptado a confirmação da entrega do galardão de Melhor Realizador para o primeiro, e a revelação de uma das principais (e únicas) surpresas da noite, motivadas pela entrega de Melhor Filme ao mesmo. Ao contrário de toda a sala, na altura de se anunciar o realizador enquanto vencedor na sua categoria, que protagonizou, assim, a grande comoção e ovação da noite, pessoalmente, confesso, aqui, a minha (renovada) descrença face ao processo de escolha, já que se comprovaram os receios de que se optasse por calar injustiças passadas com estatuetas injustamente entregues – se me permitem o desabafo mais áspero, parece que os lobbys pré-Óscares tornaram a presentear-nos com a sua magia.
Continuando, não obstante, com números: “Pan’s Labyrinth”, do latino Guillermo del Toro, foi o segundo vencedor da noite, arrecadando três Óscares nas categorias técnicas, perdendo, porém e surpreendentemente, no domínio em que a sua vitória era já dado adquirido – tendo a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro voado para a Alemanha, premiando “The Lives of Others”; “DreamGirls” e “Little Miss Sunshine” arrecadaram, ambos, dois galardões – Mistura de Som e Melhor Actriz Secundária, por Jennifer Hudson, no primeiro, e Melhor Argumento e Melhor Actor Secundário, Alan Arkin, para o segundo -, sendo este último reconhecimento, se calhar, o mais surpreendente, já que ditou a derrota de Eddie Murphy, que era tido, já, como a escolha mais óbvia; os outros nomeados para melhor filme, “Babel”, “Letters of Iwo Jima” e “The Queen” arrecadaram, cada um, apenas um galardão, respectivamente de Melhor Banda Sonora – para o repetente, com toda a justiça, Gustavo Santaolalla -, Melhor Edição de Som e Melhor Actriz – com mais uma das confirmações óbvias da noite, com a coroação da rainha Helen Mirren. Aliás, também à semelhança do ocorrido no que concerne às melhores actrizes, também o premiado masculino se pautou pela confirmação – Forest Whitaker era já uma aposta ganha neste domínio, traduzindo o seu favoritismo no esperado galardão.
De destacar, ainda, é a inesperada vitória de "Happy Feet" no domínio do Melhor Filme de Animação, em detrimento de “Cars” dado como o vencedor antecipado; e os sucessos de “An Unconvenient Truth”, de Al Gore, no que concerne à categoria de Melhor Documentário e Melhor Música Original, escrita e interpretada por Melissa Ethridge (que condenou à subordinação as outras quatro músicas a concurso, três das quais pelo filme “Dreamgirls”, e protagonizou um dos discursos mais inspiradores da noite) – sendo que o mediatismo conferido ao Ex- Vice-Presidente dos EUA motivou alguns interessantes momentos na noite de ontem, em que se disfarçaram manifestos políticos em trechos humorísticos.
Comentados os resultados, resta concluir com a exaltação – se me é permitido - de alguns dos aspectos que caracterizaram esta 79ª Edição da cerimónia enquanto espectáculo televisivo e de entretenimento, que me impele a afirmar a senhora que se segue como uma das vencedoras da noite: Ellen Degeneres conseguiu imprimir, nas 4 horas de emissão, um tom leve e descontraído – sem incorrer uma postura demasiado política que condenou o seu antecessor, Jon Stewart, nem recorrer ao calão como via humorística, como Chris Rock - que arrebatou a plateia presente e conquistou outros milhões de espectadores que a viram, em directo, protagonizar belíssimos momentos de televisão – restando, porém, ainda, de descortinar totalmente a opinião pública face à sua prestação, não nos permitindo, portanto, nenhum tipo de antevisão acerca de uma possível recorrência da humorista americana na tarefa de apresentar, novamente, uma futura edição da cerimónia . Perante isto, resta-me apenas apresentar as minhas esperanças de que isto venha acontecer, de facto.
Posto isto, deixo-vos, assim, com uma fotografia de um desses momentos, bem como com o convite a expressarem, connosco, as vossas impressões sobre a noite dos Óscares.
6 Comments:
Bom dia!
Concordo em tudo com a tua análise (não tivéssemos nós trocado impressões e acompanhado o evento juntas).
Acrescentaria - a par da genialidade de Ellen Degeneres - um comentário relativo, quer à qualidade do grupo coral cuja performance antecedeu a apresentação o prémio "Melhor Edição de Som", quer à beleza dos momentos de sombras alusivos a diferentes filmes com os quais nos presentearam durante a noite.
Quanto à cerimónia, há pouco a acrescentar ao que apresentas. Fica apenas a "desilusão" inerente ao filme premiado com o Oscar de "Melhor filme do ano" (cuja opinião já pude explanar num post anterior).
Que fique em acta que não concordei. :)
Beijinhos
By Unknown, at 10:43 da manhã
Antes do anúncio dos Oscares deste ano, penso que tive oportunidade de exprimir a minha opinião sobre os ditos cujos, neste blog, embora de forma bastante sintética.
Este texto confirma desenvolvidamente e com fudamentação bem elaborada que os lobbys pré-oscars são uma realidade tão real como a indústria cinematográfica norte-americana o é. Uns anos deliciosamente democráticos, outros sem vergonha nenhuma. Entre "Babel" e "Entre Inimigos", só um ceguinho hesitaria... e eu nem cantei grandes loas ao "Babel"...
Sobra-nos o espectáculo e rever os actores numa representação diversa da habitual.
Uma pequena nota por ver destinguido Alan Arkim um actor que tenho acompanhado gostosamente desde o já antigo "Vêm Aí os Russos!".
By Alberto Oliveira, at 4:01 da tarde
Legivel, devo dizer que tem aqui a minha total concordância.
E se me permite, em resposta a
"Entre "Babel" e "Entre Inimigos", só um ceguinho hesitaria... e eu nem cantei grandes loas ao "Babel"...",
recomendo vivamente - se ainda não o fez - que veja tanto "Cartas of Iwo Jima" ou "Little Miss Sunshine" e esta disparidade ainda lhe parecerá maior!
Perante os panoramas que se têm vindo a repetir nos últimos anos - que não são tão poucos como isso -, entre "Crash"s e "The Departed"s, veremos o que nos calhará para o ano - já que o espectáculo, esse sim, esperemos que continue sem desiludir ;)
Whisper, tens, também - e como sabes - a minha concordância, muito embora me tenha esquecido - vergonhosamente - de mencionar esses dois grandes aspectos/momentos, protagonizados pelo grupo de dança - Pilobolus - e o coro de efeitos sonoros!
Obrigada por relembrares! ;)
By Aspirante, at 6:27 da tarde
Olá!
Eu não pude ver a cerimonia, nem me sinto capaz de julgar a justiça da atribuição dos premios... Poderia falar da minha opinião mas não vi muitos filmes... :(
Esperava que Babel saisse reconhecido pela Academia... mas há razões que a razão desconhece; e nós igual...
Não conheço o trabalho da apresentadora mas fiquei curiosa... as criticas são muito boas ao que parece!
Também gosto de apreciar, nos dias seguintes, a vaidade dos actores... me diverte!
***
By Anónimo, at 6:35 da tarde
Mónica, se ficou curiosa em relação ao trabalho de Ellen Degeneres e se lhe interessar, deixo-lhe aqui uns links que lhe poderão ser úteis para saber um pouco mais do trabalho desta comediante americana! ;)
A sua carreira não é, de todo, imaculada - como é, aliás, comum a todos aqueles que se notabilizam na comédia em hollywood, já que é raro ver algum que tenha passado ao lado de produções cinematográfica de qualidade mais duvidosa - e, sem dúvida, passou pelos seus altos e baixos - fruto, até, do percurso pessoal da actriz -, mas, se me permite, gostaria de lhe aconselhar que passasse uma vista de olhos à sitcom, de 5 temporadas, em que foi protagonista - que se dá pelo nome "Ellen" -, bem como ao talk show que lidera agora. Ambos - na minha perspectiva - de extrema qualidade, dentro dos seus géneros distintos - sendo que o tom, descontraído e muito divertido, se mantém comum aos dois.
Agora, então, os prometidos links:
o seu perfil, no IMDB
Alguns vídeos do seu talkshow, The Ellen Degeneres Show, do Youtube
Alguns vídeos, do YouTube, da sua prestação nos Óscares
Outros tantos vídeos e fotografias exclusivas da sua aventura enquanto apresentadora dos Óscares da Academia
A ver se se forma aqui mais uma fã da Ellen! ;) Se for esse o caso, benvinda ao clube! ;) ehehe
By Aspirante, at 7:31 da tarde
Confirmaram-se as teorias. :)
By Rui, at 4:44 da tarde
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