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Cinéfilos Anónimos: Cinema em 2006 - um ano para Esquecer?

Cinéfilos Anónimos

sábado, dezembro 30, 2006

Cinema em 2006 - um ano para Esquecer?

Porque a época do ano assim apela e obriga, propomo-nos ao cálculo do saldo que os produtos cinematográficos – estreados em território nacional no ano de 2006 (que agora se prepara para findar) – nos deixará recordar. Salvaguarde-se o facto de esta se tratar de uma selecção apenas sustentada por critérios pessoais (e, por isso, discutíveis) e baseada somente nos filmes que tivemos a oportunidade de ver.

Assim, passando ao que aqui nos traz, argumentaremos a selecção dos 5 Melhores Filmes e das 5 Desilusões de 2006 - com respectivas menções (des)honrosas, para ambos os casos.

Fá-lo-emos, portanto, em partes distintas, começando por:

AS 5 Maiores Desilusões de 2006

1. A Dália Negra (Brian de Palma)

Efectivamente, a principal desilusão reside na fraca performance de um elenco de luxo e no incipiente aprofundamento da história, limitando-se à superficialidade da narrativa. Deve apresentar-se a devida ressalva, igualmente, à negligência com a qual é (ou não é) tratada a personagem da Dália Negra bem como a fuga, no que diz respeito ao argumento, à reflexão significada através de discursos caros, eruditos e lacunares.

2. King Kong (Peter Jackson)

Tratando-se já de uma obra consagrada da história do cinema, este remake, apresentado em 2006, obriga è reflexão em torno da desejabilidade, da eficácia e/ou mesmo dos objectivos deste processo que pretende a optimização de algo já consensualmente avaliado como obra de arte e cuja época de realização constituía critério de enquadramento da sua qualidade. Assim, esperava-se que o (novo) King Kong fizesse jus à evolução à qual temos presenciado – e cuja campanha prometia evidenciar, designadamente ao nível dos efeitos especiais, bem como o nome de Peter Jackson no cartaz exponenciava. Todavia, considera-se que a evolução técnica se sobrepôs ao sentido crítico, tendo sido elevado o valor dos efeitos especiais em detrimento do conteúdo e/ou relevância temática.

3. Munique (Steven Spielberg)

Apresentando, provavelmente, uma das escolhas mais questionáveis desta lista, justificamos, em parte, esta opção com as elevadas expectativas que foram criadas relativamente a esta obra, não só motivadas pelo realizador que a assina – Steven Spielberg num registo algo diferente do que nos tinha habituado nos últimos anos, recuperando a sua incursão em filmes baseados em factos históricos relevantes, desde a reconhecida Lista de Shindler -, como também, e principalmente, pela premissa que era, à partida, apresentada. Com efeito, com o propósito de sugerir uma reflexão e uma visão imparciais acerca dos limites que definem o patriotismo que no-lo permitem distinguir de puro terrorismo e do carácter difuso dessa avaliação – pelos conflitos das visões, percepções, ideais e interesses, dos diferentes lados em confronto -, o filme dispersa-se em aspectos formais que o levam a descentrar-se das vertentes social, histórica e politicamente relevantes.

4. Código da Vinci (Ron Howard)

Ao contrário do que seria de esperar, a replicação audiovisual de um dos maiores best-sellers da actualidade parece ter resultado num redondo fracasso. Curiosamente, na tela – mesmo contando com um elenco prometedor – a narrativa perde acção, perde o ritmo e a consequência que, capítulo a capítulo, o livro oferecia. Para além disso, o filme não resiste à tentação de privilegiar o superficial, não abordando nenhuma reflexão (que era desejável e, achamos nós, esperada) ao nível da temática que fazem desta uma obra polémica.

5. História de Violencia (David Cronenberg)

Talvez a maior desilusão que este filme constitui seja o facto de ser passível de se reduzir ao seu título. Não obstante pretender apresentar um enredo surpreendente, pouco mais oferece do que, precisamente, violência. A película parece apostar na fusão daqueles que podemos considerar serem os valores tradicionais – respeito, família, dignidade, … – com trechos agressivos e pouco claros, sem se ocupar da reflexão e análise da sua possível coexistência na vida e na sociedade. O que fica da sua visualização é o retrato perturbador de uma família, sem que consigamos daqui retirar a estrutura e significado dos seus comportamentos.

Menção (des)honrosa - A Lula e a Baleia (Noah Baumbach)

Prometia abordar a temática da crise familiar que, por se caracterizar pela complexidade e pela polémica, apresentava um desafio que suscitava a curiosidade de todos. Na nossa opinião, a película enquadra nesta categoria – desilusão – pelo esforço inglório dos seus pensadores, uma vez que parece anunciar questões de múltiplas naturezas, sem que se veja desenvolvida nenhuma delas. Isto é, limita-se a mostrar os problemas – nunca lhes dando resposta nem aprofundando consequências – optando por alertar através do “choque” que a realidade pode causar ao espectador, o que poderia ter resultado não fora ficar-se somente por esta superficial estratégia.


Continua...

3 Comments:

  • Munique?! Isto é que foi uma surpresa.

    Ainda não pude ver o filme, mas foi tão falado que estava muito curioso!

    Agora confundiram-me... :S

    By Anonymous Anónimo, at 3:08 da tarde  

  • Munique?! Isto é que foi uma surpresa.

    Ainda não pude ver o filme, mas foi tão falado que estava muito curioso!

    Agora confundiram-me... :S

    By Anonymous Anónimo, at 3:08 da tarde  

  • Por ter sido tão falado, é que o consideramos uma desilusão - digamos que, a nosso ver, o resultado final não correspondeu às expectativas, embora enfatize, novamente, o carácter subjectivo da nossa avaliação! Afinal, cada um de nós percepciona as coisas de forma diferente, e daí se justifica a pluralidade de opiniões, certo? ;)

    Mas se tiver oportunidade, permita-me que o incite a ver este filme à mesma - porque só vendo poderemos criticar e se o vier a fazer, talvez fosse interessante partilhar connosco a sua "verdade"! Deixo aqui o repto! ;)

    By Blogger Aspirante, at 4:33 da tarde  

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