Sorte Nula
O filme “Sorte Nula” (2004), do realizador Fernando Fragata, não apresenta um elenco consensualmente fantástico, não parece ousar no tema que vende como premissa, não oferece sequências indizíveis de fotografia, não parece ser através da música que se afirma… de tal forma que nunca me esforçaria para o ver, não fosse uma noite de terrível insónia.
A película narra a história de Alberto (Hélder Mendes) que, encontrando-se de partida para a fuga com o amor da sua vida, é constantemente ameaçado pela sorte (ou falta dela) que lhe coloca sucessivos obstáculos à concretização da sua felicidade. Trata-se de um filme de acção e suspense que nos depara continuamente com a tarefa e a incógnita de resolver um crime.
Curiosamente, atrevo-me a considerar que a película resulta e aponto, na qualidade de “ingrediente mágico”, o factor surpresa!
Desde já, “Sorte Nula” surpreende por, sendo um filme vanguardista português, não fazer um uso excessivo (quase enjoativo) do popularmente chamado “palavrão”, nem recorrer a conteúdo e imagens de carácter sexual para se afirmar e atrair o espectador, antes centrando-se no conteúdo e no suspense.
Por outro lado, o filme vai surpreendendo; Isto no sentido em que os elementos resolutores da trama nos vão sendo oferecidos parcelar e audazmente – quase apetecendo dizer que “o melhor é deixado para o fim”. Acrescenta-se, ainda, que nos é aqui apresentada uma narrativa com princípio, meio e fim, não se apostando, como parte do cinema português parece querer vir a habituar-nos, em histórias que de tão alternativas acabam por ser insignificadas. Mais ainda, não tendo a veleidade de equiparar o texto (de autoria de Fernando Fragata) aos clássicos policiais, é anunciado um enredo bem construído, consistente e forte.
No que diz respeito ao desempenho dos actores – elenco que conta com a participação de, entre outros, Hélder Mendes, Adelaide Sousa, António Feio, Bruno Nogueira, Rui Unas, Pedro Teixeira e Isabel Figueiras –, como acima mencionado, este não se apresenta como intocável. Contudo, parece ser esta humanização (pelo erro) das personagens que dá ao filme um carácter de realidade – funcionando de forma quase exemplar ao nível do encadeamento de novas informações.
Nesta fase, como penso ter deixado perceber pelas linhas que apresento, não dou por perdido o programa improvisado daquela noite sem sono, antes pelo contrário… tive a oportunidade de desmistificar algumas ideias preconcebidas sobre o cinema português e apreciar, senão um filme exemplar, uma boa história!
A película narra a história de Alberto (Hélder Mendes) que, encontrando-se de partida para a fuga com o amor da sua vida, é constantemente ameaçado pela sorte (ou falta dela) que lhe coloca sucessivos obstáculos à concretização da sua felicidade. Trata-se de um filme de acção e suspense que nos depara continuamente com a tarefa e a incógnita de resolver um crime.
Curiosamente, atrevo-me a considerar que a película resulta e aponto, na qualidade de “ingrediente mágico”, o factor surpresa!
Desde já, “Sorte Nula” surpreende por, sendo um filme vanguardista português, não fazer um uso excessivo (quase enjoativo) do popularmente chamado “palavrão”, nem recorrer a conteúdo e imagens de carácter sexual para se afirmar e atrair o espectador, antes centrando-se no conteúdo e no suspense.
Por outro lado, o filme vai surpreendendo; Isto no sentido em que os elementos resolutores da trama nos vão sendo oferecidos parcelar e audazmente – quase apetecendo dizer que “o melhor é deixado para o fim”. Acrescenta-se, ainda, que nos é aqui apresentada uma narrativa com princípio, meio e fim, não se apostando, como parte do cinema português parece querer vir a habituar-nos, em histórias que de tão alternativas acabam por ser insignificadas. Mais ainda, não tendo a veleidade de equiparar o texto (de autoria de Fernando Fragata) aos clássicos policiais, é anunciado um enredo bem construído, consistente e forte.
No que diz respeito ao desempenho dos actores – elenco que conta com a participação de, entre outros, Hélder Mendes, Adelaide Sousa, António Feio, Bruno Nogueira, Rui Unas, Pedro Teixeira e Isabel Figueiras –, como acima mencionado, este não se apresenta como intocável. Contudo, parece ser esta humanização (pelo erro) das personagens que dá ao filme um carácter de realidade – funcionando de forma quase exemplar ao nível do encadeamento de novas informações.
Nesta fase, como penso ter deixado perceber pelas linhas que apresento, não dou por perdido o programa improvisado daquela noite sem sono, antes pelo contrário… tive a oportunidade de desmistificar algumas ideias preconcebidas sobre o cinema português e apreciar, senão um filme exemplar, uma boa história!
2 Comments:
Posso dizer que não tive a sorte, ao que parece, de ver este filme saido do âmago da criatividade cinéfila de um português, no caso do senhor Fernando Fragata. Mas ao ler o que aqui foi escrito sobre o filme, fica a curiosidade de, caso surja a oportunidade, dar uma espreitadela, nem que seja numa noite de insónia... Contudo, devo confessar que suspeito da qualidade das produções portuguesas,pelo que não partilho de um significativo entusiasmo para ver este filme, quase como se fosse uma profecia ou um desânimo aprendido, tantas foram as decepções, que acabo por pensar que este pode ser "apenas mais do mesmo".
Mas há sempre uma primeira vez.
O que pensam sobre isto?
By Anónimo, at 5:05 da tarde
Olá, Fantasma da O.R.D.E.M. ;)
Devo dizer que partilho da tua “desconfiança” relativamente ao cinema português. No entanto, e especificamente após ver este filme (talvez dos únicos portugueses que vi?), não seria justo da minha parte reiterá-la peremptoriamente já que é tão incipiente a minha “amostra”.
De facto, raríssimos são os filmes nacionais aos quais dei uma oportunidade, sendo que a minha desconfiança se sustenta nos exemplos oriundos de outros tipos de ficção nacional (telefilmes, novelas) ou até na precária informação que consigo captar através dos trailers publicitários que nos entram pelos olhos nas salas de cinema. Como antecipo no post que aqui se comenta, considero ser frequente o recurso à sedução (sexualidade?) e à realidade (brejeirismo?) de uma forma tão exagerada que pouco crível e, como referes, vamos aprendendo a não confiar.
A minha posição perante esta película, que pode ter resultado da total inexistência de expectativas, obriga-me a repensar esta questão (embora, ainda assim, “a vontade seja pouca”).
Obrigada!
By Unknown, at 11:26 da tarde
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