Musicais
Aliando a música ao processo narrativo, os musicais assumem um género cinematográfico cuja probabilidade de desiludir o público, numa perspectiva meramente pessoal, é diminuta. Contudo, não colhe junto das massas a mesma opinião, acabando por ser, não raras vezes, um género negligenciado. De acordo com Graeme Turner (1997), “a grande virtude do musical — além de sua óbvia exploração do som – era poder oferecer o prazer do cinema e do vaudeville ao mesmo tempo”, oferecendo-se a possibilidade de se desfrutar de um momento artístico de entretenimento pleno. Filmes como “Singing in the rain” (1952), “Westside Story” (1961) ou “Grease” (1978), entre outros, assumem-se como musicais relevantes na história do cinema.
Num esforço de síntese, segue-se uma selecção de alguns musicais que se situa entre o pessoal (já que são filmes que se encontram entre os nossos musicais favoritos) e o aleatório (uma vez que o processo de selecção obrigou à acentuada redução da lista e que tínhamos que assumir algum critério).
Jesus Christ Superstar (1973)
Realizada por Norman Jewison, a opera-rock da autoria de Andrew Lloyd Webber “Jesus Christ Superstar” versa sobre os últimos dias da vida de Jesus Cristo na perspectiva de Judas. Originalmente encenada para o teatro, a peça foi adaptada para o cinema, embora se mantenha fiel a alguns aspectos da primeira forma que tomou, designadamente o espectador assiste ao momento de caracterização das personagens e são conservados os cenários (não existindo uma preocupação de dotar a história de realismo quanto aos edifícios ou mesmo quanto ao rigor da indumentária). Com efeito, é revisitada a história deste importante símbolo religioso num ambiente característico das décadas de 60/70, pautado pela energia musical e pela crítica social perspicaz. Parece ser feita a apologia de uma fé reforçada pela reflexão que está implícita ao processo de questionamento ao qual o musical convida. Pela voz de Judas, Simão e Maria Madalena (entre outros) somos levados a discernir acerca do papel deste homem na história mundial (chegando a sugerir-se que os objectivos de uma missão de paz saíram prejudicados em favor da popularidade), a debater em torno dos estereótipos que também alimentam um credo que prega a igualdade, a reflectir acerca dos limites do fanatismo religioso e/ou da legitimidade da guerra.
Música Favorita: “Heaven on their minds” ou “Superstar”
Moulin Rouge (2001)
Contou com as performances de Nicole Kidman e de Ewan McGregor e obteve o reconhecimento do público e da Academia, tendo feito regressar o género musical de volta aos Oscars. “Moulin Rouge”, realizado por Baz Luhrmann, retrata a realidade boémia do século XIX de uma forma contemporânea, com recurso a elementos musicais de cultura popular, tais como “Like a Virgin” de Madona, “Roxane” de Sting ou “Your Song” de Elton John. Da comicidade ao romantismo, tomando a teatralidade como estilo, trata-se de um filme que se pauta pelos seus energia e ritmo.
Música Favorita: adaptação de “Roxane”
Rent (2005)
Num esforço de síntese, segue-se uma selecção de alguns musicais que se situa entre o pessoal (já que são filmes que se encontram entre os nossos musicais favoritos) e o aleatório (uma vez que o processo de selecção obrigou à acentuada redução da lista e que tínhamos que assumir algum critério).
Jesus Christ Superstar (1973)
Realizada por Norman Jewison, a opera-rock da autoria de Andrew Lloyd Webber “Jesus Christ Superstar” versa sobre os últimos dias da vida de Jesus Cristo na perspectiva de Judas. Originalmente encenada para o teatro, a peça foi adaptada para o cinema, embora se mantenha fiel a alguns aspectos da primeira forma que tomou, designadamente o espectador assiste ao momento de caracterização das personagens e são conservados os cenários (não existindo uma preocupação de dotar a história de realismo quanto aos edifícios ou mesmo quanto ao rigor da indumentária). Com efeito, é revisitada a história deste importante símbolo religioso num ambiente característico das décadas de 60/70, pautado pela energia musical e pela crítica social perspicaz. Parece ser feita a apologia de uma fé reforçada pela reflexão que está implícita ao processo de questionamento ao qual o musical convida. Pela voz de Judas, Simão e Maria Madalena (entre outros) somos levados a discernir acerca do papel deste homem na história mundial (chegando a sugerir-se que os objectivos de uma missão de paz saíram prejudicados em favor da popularidade), a debater em torno dos estereótipos que também alimentam um credo que prega a igualdade, a reflectir acerca dos limites do fanatismo religioso e/ou da legitimidade da guerra.
Música Favorita: “Heaven on their minds” ou “Superstar”
Moulin Rouge (2001)
Contou com as performances de Nicole Kidman e de Ewan McGregor e obteve o reconhecimento do público e da Academia, tendo feito regressar o género musical de volta aos Oscars. “Moulin Rouge”, realizado por Baz Luhrmann, retrata a realidade boémia do século XIX de uma forma contemporânea, com recurso a elementos musicais de cultura popular, tais como “Like a Virgin” de Madona, “Roxane” de Sting ou “Your Song” de Elton John. Da comicidade ao romantismo, tomando a teatralidade como estilo, trata-se de um filme que se pauta pelos seus energia e ritmo.
Música Favorita: adaptação de “Roxane”
Rent (2005)
Constituindo, originalmente, uma peça musical da Broadway, “Rent”, realizado por Chris Columbus, passou às salas de cinema em 2005 (nunca tendo chegado às salas portuguesas). O filme conta os acontecimentos passados num ano na vida de um grupo de amigos, deixando o espectador a braços com questões que se prendem com a mensurabilidade (em horas? em lutas? em metros? em afecto?...) e efemeridade (ou imprevisibilidade) da vida. Trata-se de um filme versátil em termos das temáticas centrais: desde os impactes sociais da Sida, à dinâmica e instabilidade do processo criativo, passando pelos objectivos/projectos de vida das diferentes personagens e pelo(s) significado(s) que vão atribuindo às vivências. Estas são abordadas a um ritmo equilibrado que envolve e faz com que o público experimente momentos de ânimo e diversão intercalados com momentos de introspecção e insight.
Música Favorita: “Seasons of Love” ou “La vie Boheme”
Dr. Horrible’s Sing-Along Blog (2008)
Recriando os estereótipos que conhecemos das histórias, retomando as figuras do vilão, da donzela e do herói, “Dr. Horrible’s Sing.Along Blog” é um musical realizado por Joss Whedon (argumentista da aclamada série “Buffy – The Vampire Slayer”, onde integrou um episódio musical brilhantemente conseguido – “Once more with feeling”), com o poder de subverter, através do tom humorístico, os significados a estas inerentes, bem como à linearidade e harmonia dos finais felizes. É-nos apresentado um herói egocêntrico e corrupto, uma donzela de amor dividido e um vilão em construção (protagonizado por Neil Patrick Harris) cujo fito consiste em integrar a “Evil League of Evil”. Trata-se de uma obra de baixo-orçamento, escrita durante o período de greve dos argumentistas, que contou com a participação de actores convidados. Os três webisódios do musical foram lançados e estiveram disponível online durante um período específico de tempo após o qual poderiam ser adquiridos e cujas receitas se destinariam ao pagamento das despesas do filme.
Música favorita: “On the rise”
Ficam por aprofundar, obras como “Música no Coração” de 1965 (Música favorita: “My favorite things”), “Hair” de 1979 (Música favorita: “Aquarius”), “Annie” de 1982 (Música Favorita: “It’s the hard-knock life”), “Chicago” de 2002 (Música favorita: “He had it comin”), … …
Pontos de partida…
… qual a vossa posição pessoal em relação aos musicais?
… o que mais vos afasta e/ou aproxima do género?
… quais são os vossos musicais favoritos?
7 Comments:
É de facto "um género" pelo qual não me sinto muito atraido embora reconheça que de quando em vez apareçam obras muito boas.
Guiões demasiado simplistas que não pretendem mais que o entretenimento pelo entretenimento, é o factor principal de afastamento.
"Sete noivas para sete irmãos","Singing in the rain" e "Chicago", os meus favoritos e pela ordem temporal.
By Alberto Oliveira, at 4:15 da tarde
Quando eu era criança, passavam muitos musicais na televisão e lembro-me que ficava fascinada... É um género que atrai bastante os jovens pois alia a música, a dança e o movimento. Actualmente vou revendo alguns musicais com os meus filhos ...e não deixa de ser interessante verificar que apesar de o tempo ter passado, estes filmes continuam a cativar os jovens.
Gostei especialmente de "Evita", por toda a história política e social que está subjacente ao filme.
By esse, at 6:32 da tarde
Oi!
Na minha opinião os musicais não são diferentes dos restantes filmes e por isso eu gosto de alguns e não gosto de outros...
Mas no geral são filmes que me divertem e envtusiasmam... acho que quem gosta de musica não pode ir ficando indiferente a obras que juntam o melhor do cinema, do espetáculo e da música.
Gostei muito do Chicago, do Moulin Rouge, do Fame...
Com esse post fiquei muito curiosa para ver o RENT...
Bom final de semana!
By Mônica, at 4:52 da tarde
Incrível como todos os musicais que eu vi dos referidos, vi por causa da tua irmã. xD
By Júlia, at 9:17 da tarde
Olá, Julia!
Ela tem um poder persuasivo difícil de ignorar! :)
Mas bom, no meu caso, os conselhos dela tem sido privilégios de qualidade...
Obrigada por apareceres por cá!
By Unknown, at 12:40 da tarde
Fico surpreendido por não ter sido mencionado um dos musicais mais famosos de sempre (mas possivelmente um dos menos vistos de sempre, pois apesar de a sua banda sonora ser constantemente revisitada, é um filme que raramente passa na TV ou é reposto nos cinemas): "Cabaret".
Musícas preferidas: "Two Ladies" e "If You Could See Her).
By Anónimo, at 11:55 da manhã
Parabéns ao cinéfilos anônimos. Ótimo canal de divulgação de filmes brasileiros.
By Persianas Flaci, at 6:54 da tarde
Enviar um comentário
<< Home