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Cinéfilos Anónimos: Brokeback Mountain - Artigo Crítico

Cinéfilos Anónimos

quarta-feira, abril 12, 2006

Brokeback Mountain - Artigo Crítico

BROKEBACK MOUNTAIN

Ano: 2005
País: EUA
Género: Romance Drama
Realizador: Ang Lee
Cast: Heath Ledger, Jake Gyllenhall, Michelle Wiliams, Anne Hathaway
Site Oficial: http://www.brokebackmountain.com/





Rejeitado em Cannes, reconhecido em Veneza, silenciado no Kodak Theatre, Brokeback Mountain incomodou, encantou, agitou a opinião pública e as agendas políticas. Incomodou pela temática – ou não tivesse sido, desde logo, rotulado como “western gay”, num tempo em que a urgência e mediatização da homossexualidade na América ainda faz tremer os conservadores negadores exímios do progresso – e pelo despretensiosismo e naturalidade com que foi exposta; encantou pela universalidade e beleza; agitou pela diversidade de reacções que desencadeia, pela importância social que abarca.
Tudo isto consuma a obra de Ang Lee (que é adaptação de um conto homónimo da autoria de Annie Proulx), e é toda esta dicotomia que faz Brokeback Mountain brilhar – o realizador supera-a com notável mestria, reduzindo a história ao que esta tem de mais essencial e universal, que é, precisamente, o amor.


Desencadeando reacções tão paradoxais, a sua carreira mediática até a uma aceitação (quase) unânime não poderia revestir-se de outras características.
Rotulado, desde início, com a classificação de “western gay” - rótulo este que tem tanto de injusto como de polémico -, Brokeback Mountain foi rejeitado em Cannes, e o seu percurso mediático não teve propriamente um começo fulgurante: além do referido título não ser propriamente abonatório, e além de estar associado a um tema muito pouco unânime - embora, paradoxalmente, extremamente actual, já que, num país como os EUA, vivia-se (e vive-se, infelizmente) numa permanente negação do problema e de silenciamento do diálogo, pelos ininterruptos esforços conservadores americanos de tornar o clima o menos propício possível para tal -, o facto de se tratar de um western, um género tipicamente americano, também contribuiu e agravou a “necessidade” de etiquetar Brokeback Mountain como um “filme desinteressante”. E, neste campo, se é um facto que este põe o dedo na ferida, procurando “apontar directamente ao centro da América” (citando James Schamus, produtor), também o é que houve quem reagisse de orgulho ferido, alegando que este filme destruiu as brincadeiras e ídolos de infância, referindo até que esta nova concepção poria por terra os símbolos da heterossexualidade irredutível para gerações vindouras.
Se a escolha da identidade geográfica e laboral das personagens de Brokeback Mountain teve algum destes objectivos em mente, teríamos que perguntar a autora do conto original, Annie Proulx - uma escritora de 71 anos, casada e mãe, detentora de uma mentalidade avançada para o seu tempo, apesar de, actualmente, renitente em ver o seu conto adaptado ao cinema, dado o insucesso de uma anterior tentativa relativamente a uma outra sua obra, The Shipping News. Porém, é sabida a principal intenção da autora em associar uma história de amor homossexual ao Oeste Americano, por se tratar de um espaço em que, em tempos idos, primava a solidão, e em que as amizades cúmplices e eternas nasciam e eram partilhadas de forma especial e, de certa forma, privada e secreta – independentes de qualquer preconceito social, longe de olhares acusatórios.
Foi, assim, uma associação aparentemente despretensiosa, embora abarcando algum risco pela abordagem progressista inerente – como nota de trivia, no ano de lançamento do livro, 1997, um rapaz homossexual foi morto em Wyoming, região que serve como palco aos acontecimentos narrados no mesmo. Passados alguns anos da elaboração do livro, quando já seria de esperar um público mais maduro e aberto para aproveitar, entender e descobrir o que a história de amor de Jack Twist e Ennis del Mar tem de melhor e mais nobre, a verdade é que se verifica uma expansão das reacções que se aferiram no passado, sendo que esta adaptação constituiu, novamente e de forma comprovável, um novo e renovado risco – como, aliás, também o foi a utilização de dois actores populares e mainstream do cinema actual para os interpretar, Heath Ledger e Jake Gyllenhaal, interpretações estas que são um dos pontos mais brilhantes da longa metragem – de que se falará mais tarde.

Voltando ao percurso mediático de Brokeback Mountain - cujo início não foi brilhante, como analisado anteriormente -, a sorte desta obra de Ang Lee começou a mudar meses depois, quando arrebatava o Leão de Ouro do Festival de Veneza – que aliás, constituiu a segunda vez em que um filme ignorado no festival de Cannes conseguia tal proeza, sendo a primeira relativa ao filme Vera Drake, de Mike Leigh. Seguiram-se os Globos de Ouro, em que foi nomeado para Melhor Realizador, Melhor filme na Categoria (Drama), Melhor Música Original, Melhor Argumento, Melhor Banda Sonora, Melhor Actor Principal (Drama), Melhor Actriz Secundária (Drama), tendo ganho os quatro primeiros referidos.
Em paralelo, brilhava noutros festivais de menor dimensão, um pouco por toda a América e na Europa, e com a cerimónia dos Óscares a aproximar-se tornou-se inevitável que Brokeback Mountain estivesse nas bocas do mundo.
As nomeações confirmaram-no, num ano em que a Academia retornou às origens e, à falta dos grandes blockbusters oficiais, num ano unanimemente considerado fraco, estas incidiram principalmente em filmes social e/ou politicamente relevantes, com Brokeback Mountain a ser indicado para oito categorias e rotulado como o “favorito da noite”. Mas se as nomeações tinham sido, já de si, uma surpresa, também o foram os galardões, mas pela conotação oposta – apesar de, aparentemente, Hollywood ter assumido, com tais nomeações, a vertente e a postura educativa que o cinema pode (e deve) proporcionar, a verdade é que essa responsabilidade verificou-se intolerável para os críticos da Academia. Assistimos, com efeito, a um ceder da Academia à força das massas, fugindo a uma tomada de uma posição relativamente aos assuntos que marcam as agendas políticas de todo o mundo – além de Brokeback Mountain, também Transamerica e, em certa medida, Capote teriam como temática directa e indirecta, respectivamente, as questões de Identidade Sexual -, com atribuições cinzentas, demasiado equilibradas sem serem, necessariamente, justas. De oito nomeações, Brokeback Mountain arrecadou apenas três galardões – Melhor Banda Sonora, Melhor Argumento Adaptado, Melhor Realizador - e voltaram os rótulos depreciativos, tendo sido apelidado como o “perdedor da noite”, sendo que, novamente, não poderia ser mais injusta esta avaliação – não só por se ter dado a circunstância de outros filmes que constituíam poderosos candidatos ficaram sem nenhum galardão, mas também, e principalmente, por todo um percurso de objectivos alcançados por este filme no que concerne à promulgação da discussão e abertura de mentes. E se tiver servido, quanto mais não seja, para tornar público e "palpável" um manifesto anti-homofobia, para chamar o público à discussão de um tema mais actual que, talvez, todos os outros que se apresentavam, então terá, indubitavelmente, valido a pena todos os dissabores.

Posto isto, entre as razões que explicam a ascensão da obra de Ang Lee – além da inegável qualidade, do misto de emoções que se e nos fazem sentir com o coração apertado, da importância social do tema e de todo um conjunto de características que serão explanadas ao longo desta análise -, conta-se também um excelente planeamento de marketing com objectivos muito bem definidos – embora tenha sido imediata e inicialmente rotulado com o tal redutor (portanto) injusto termo de “western gay”, a verdade é que a estratégia oficial nunca se pautou pela concordância, e nunca reduziu o filme à condição de manifestação da homossexualidade sem pudor. Aliás, James Schamus (produtor) chegou a afirmar que, apesar das naturais preocupações relativamente à reacção pública, a verdade é que se é um facto que nunca tiveram como objectivo esconder que o filme tratava de uma relação homossexual – poderia constatar-se nos traillers, e, no filme, verificam-se as demonstrações afectivas próprias de um laço de tal natureza, apresentadas de forma suficientemente comedida e equilibrada, igualmente sem exageros nem limitações - também o é que o significado que é atribuído a essa vertente não constituiria nenhuma espécie de problema se se passasse entre seres de sexos opostos. No idealizado, ter-se-ia, assim, como divisa narrar uma história de amor impossível, acontecendo, neste caso, entre dois homens; reduzindo-a ao seu essencial, apresentando-a, com toda a justiça, como um “romance épico” – como nova nota de trivia, esta estratégia de marketing passou também por uma identificação com o comovente blockbusterTitanic”, nomeadamente a nível dos cartazes publicitários deste, que serviram de inspiração para a elaboração do de Brokeback Mountain.

Com efeito, dada a circunstância do filme ganhar força quando inserido no contexto social e no tempo de lançamento, surge-nos a questão acerca da possibilidade de, como o primeiro, este se tornar num clássico, numa referência, num filme inesquecível a guardar para sempre na nossa memória – e é neste âmbito que interessa a explanação pormenorizada de todas as características de que Brokeback Mountain se faz revestir para superar toda a descrença.

Começando, naturalmente, pela história, Brokeback Mountain narra uma relação de 20 anos entre dois rapazes que, em plena juventude, encontram - sem que com isso saibam lidar ou verbalizar - aquilo que todos levam uma vida inteira à procura que é, tão somente, o amor verdadeiro.
Os acontecimentos deste filme têm início em 1963, em Wyoming, quando Ennis del Mar (interpretado por Heath Ledger) – um jovem comedido e solitário, rancheiro de profissão – e Jack Twist (Jake Gyllenhaal)– um profissional de rodeo com ar jovial e riso fácil -, se candidatam a uma proposta de emprego como vaqueiros na montanha de Brokeback. Sob o lirismo da montanha, a solidão e ausência de tudo, acompanhados apenas pelo gado, por uma fogueira e pelas latas de feijão que constituem o seu único alimento, têm-se apenas um ao outro – e assim nasce a cumplicidade que os une num laço inseparável traduzido, mais tarde, em afectos, numa noite em que o frio se demonstrara insuportável demais para qualquer um deles dispensar a protecção da tenda. Tendo vivido num mundo em que ser homem e ser gay são conceitos quase antagónicos, ambos experimentam receio e confusão com a natureza da ligação que os une – particularmente evidente em Ennis del Mar, cuja negação se converte em auto-repressão -, embora a assumam, subconscientemente, e a expressem, fisicamente, como algo de inevitável. Apaixonam-se, assim, sem saber como, sem saber lidar com o sentimento, expressando-o sem o verbalizar.
Terminado o trabalho na montanha, ambos seguem as suas vidas, casam-se e têm filhos - Ennis consuma matrimonialmente a sua relação antiga com Alma (Michelle Williams), casamento este que resulta em duas filhas; Jack conhece Lureen (Anne Hathaway) e muda-se para Texas, onde casa e tem um filho -, talvez por acharem que viver numa mentira é mais fácil do que lidar com as implicações da verdade.
Mas é esta mesma verdade e as memórias da felicidade vivida em Brokeback que motivam Jack, após quatro anos de ausência, a procurar Ennis, (re)iniciando-se, assim um ciclo de encontros e desencontros, ilusões e desilusões, lições sobre a dor da ausência e a ânsia do encontro – reconstituem a relação de outrora com encontros paralelos às suas vidas conjugais, tendo sempre como o mesmo palco e a mesma testemunha a montanha de Brokeback. Esta surge-nos como um local da consumação da renúncia de um amor que não pode ser vivido sem subterfúgios – um amor como qualquer outro na índole, mas diferente na expressão.
Apresenta-se-nos, assim, como um verdadeiro tiro no coração, um filme lindíssimo e uma verdadeira lição de vida, sem nunca ser esse o seu objectivo; um manifesto social, sem nunca ter a presunção de se afirmar como tal – porque, mais que uma declaração clara e evidente anti-homofobia, denota-se a intenção de narrar, acima de tudo, uma história de amor… fora dos parâmetros e convenções banais, mas igualmente nobre.

Neste campo, são vários os elementos que nos surgem como preponderantes para o atingir da compleição desta obra, para além da já referida narrativa de base da autoria de Annie Proulx– de inegável e reconhecida qualidade.

Com efeito, a referir inicialmente, temos o trabalho do realizador Ang Lee, cuja dedicação, sensibilidade e, acima de tudo, inteligência, permitiu a consumação de um Brokeback Mountain simultânea e paradoxalmente arrebatador e incomodativo, com rasgos de ternura, que constituiu uma confirmação do seu talento e o silenciamento de vozes descrentes – tendo passado, recentemente (2003), por uma tentativa falhada de realizar a adaptação cinematográfica do clássico de Banda-Desenhada “Hulk”, alvo de más e decepcionantes críticas, o realizador tailandês constituiu a segunda escolha para a realização de Brokeback Mountain, sendo que a primeira para realizar este filme incidiu por Gus Van Sant tendo o projecto sido, posteriormente, e por motivos exteriores, passado para as mãos deste. Apesar disso, e apesar da crença de que se tratava de material de manobra demasiado difícil, Ang Lee provou ser uma aposta ganha, tendo realizado o seu melhor filme desde o reconhecido “Sensibilidade e Bom Senso”. A mestria, essa, reside na beleza visual – que não seria possível com uma belíssima colaboração e associação de talentos do realizador e do responsável pela cinematografia (fotografia), Rodrigo Prieto, que o transformam numa verdadeira poesia em movimento – e na profundidade impressa nos planos – evidenciada pela alternância entre uns mais intimistas, ora mais abrangentes - e na linguagem – paradoxalmente muda e de uma eloquência incomodativa.
Neste aspecto se funde e se introduz outro dos motivos da supremacia de Brokeback Mountain, que se relaciona com o trabalho levado a cabo pelos argumentistas Diana Ossana e Larry MacMurty – em vez de reduzir o conto original, o que constitui o processo normal das adaptações cinematográficas, talvez por se tratar de um conto de poucas páginas, houve espaço para a expansão narrativa que em muito abrilhanta e enriquece a longa-metragem, resultando num maior espaço a outras perspectivas – nomeadamente a visão dos acontecimentos pelas personagens femininas –, e numa melhor justificação das reacções e evolução progressiva dos acontecimentos/sentimentos.

Porém, mais do que o excelente trabalho dos produtores/argumentistas/realizador deste filme, o mesmo não resultaria tão bem – arrisco a dizer que não resultaria, de todo -, sem as fantásticas e comoventes interpretações do cast de actores, particularmente os protagonistas. E é esta a fonte da verosimilhança de toda a trama, cujas brilhantes e surpreendentes interpretações nos fazem acreditar, por 134 minutos, no sofrimento da renúncia e repressão das memórias da felicidade vivida e de um amor que não podem viver nos trâmites normais; fazem-nos esquecer os jovens e instáveis Heath Ledger e Jake Gyllenhaall – o primeiro vindo de uma série de participações que constituíram verdadeiros fracassos que estavam, já, a custar-lhe o esquecimento; o segundo tendo já colectado algumas boas performances em filmes anteriores, mas que nunca trabalhando com material tão pesado e maturo -para nos fazerem acreditar que Ennis del Mar e Jack Twist são gente real, de carne e osso, com sentimentos, frustrações, dilemas interiores e tudo o que de bom e de mau figura na condição humana. Não obstante da dificuldade de tornar credível um processo de envelhecimento motivado pelo extenso período temporal em que a história se desenrola, ambos os protagonistas conseguem-no com especial mestria, passando por um processo de evolução e mutação de personalidade que, apesar das modificações no aspecto e da crescente maturidade que se verifica numa postura mais comedida em ambos, expressa até ao fim da fita o mesmo rasgo de revolta e tortura, que se traduz, em Ennis, em resignação e angústia lancinante, em Jack, numa esperança infinda e a dor da (des)ilusão – ambos comovem, por trilhos diferentes, e deixam sempre transparecer e ideia de que as suas almas e personalidades se completam pela diferença, e se unem pela partilha, comunicando, paradoxalmente, eloquentemente mas sem palavras. Este último aspecto é particularmente evidente em Ennis del Mar que, apresentando-nos inicialmente como uma personagem solitária e reservada, vive de pormenores e se denuncia mais no que não diz, do que aquilo que expõe, sofrendo não menos que Jack, mas em silêncio; sugere, assim, permanentemente, a ideia de estar em lágrimas no seu interior, de todo ele sofrer sem o verbalizar – Heath Ledger assume eximiamente o papel, numa interpretação que tem tanto de brilhante como de surpreendente, cuja performance, não fosse a concorrência fortíssima de Philip Seymour Hoffman, em Capote, no mesmo ano, teria certamente sido reconhecida com maior justeza.
Ainda de referir, são as interpretações das actrizes femininas, que primam similarmente pela excelência, em que, particularmente, Michelle Williams (interpretando a esposa de Ennis) surge com uma maturidade que ainda não tinha manifestado em qualquer das suas participações anteriores, evidenciando uma Alma impotente e revoltada com o rumo do seu casamento, também ela confrangida e confusa. Já Anne Hathaway surge menos bem que qualquer um dos anteriormente citados, quer talvez pela escassez de espaço para a sua personagem – Lureen, mulher de Jack -, na narrativa, quer pela ainda presente impossibilidade do público e da própria actriz se libertar das produções “teen” (Diários de uma Princesa) em que se notabilizou.

Por fim, falando da sonoplastia, a premiada Banda Sonora de Brokeback Mountain está particularmente bem conseguida pelo reconhecido compositor argentino Gustavo Santaolalla, que já tinha, aliás, dado provas do seu valor no recente “Diários de Che Guevara”. Tendo-se baseado no livro, e não no filme, para a compor, demonstrou especial competência ao adaptar na perfeição a intencionalidade bucólica dos solos de guitarra de Daniel Lanois -que constituem grande parte das faixas integradas no filme -, à profundidade impressa nos espaços de Brokeback, os quais, além de lindíssimos, em muito enriquecem a ideia de lirismo e de solidão característicos. Porém, esta Banda Sonora além de primar pela beleza, também se distingue pela versatilidade e variedade de sons, nela figurando desde belíssimas baladas – particularmente a premiada “A Love that will never grow old”, por Emmylou Harris -, a faixas country – Willie Nelson em “He Was a Friend of Mine” -, passando pelo folk, jazz ou pop/rock.
De referir ainda que a Banda Sonora, bem como o conto original de Brokeback Mountain estão disponíveis nas lojas portuguesas do género.

Em jeito de conclusão, creio tratar-se de um filme de extrema qualidade, que seduz não só pelo despretensiosismo e universalidade da história, mas pela sua profundidade e pela impossibilidade de a ele ficarmos indiferentes - persegue, até ao mais céptico, por dias a fio, pelo seu carácter tão incomodativo e, ao mesmo tempo, paradoxalmente, tão natural e comovente.
Por um lado, rotulado injustamente e criticado de forma demasiado dura; por outro amado e impulsionado a uma ascensão espantosa, Brokeback Montain é filho do marketing e da polémica; é fruto da dedicação e mestria de uma equipa; e vive de pormenores que não seriam possíveis sem a riqueza das personagens e das interpretações de Jack Twist e Ennis del Mar, cuja história de amor prima pela universalidade, fazendo-nos esquecer a todos os preconceitos e as convenções sociais, quer por 2 horas quer por uma vida inteira.
Com efeito, parafraseando o próprio e único Ang Lee, “Brokeback Mountain tem o poder de partir corações… ou, talvez mais importante, de os abrir”.

1 Comments:

  • a critica tem os dois lado,ou seja o negativo e o positivo.Depende da compreensão de cada um.

    By Blogger francisco, at 6:57 da tarde  

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